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Os Tubarões, Viseu, Portugal

Momentos da vida da banda portuguesa de rock "Os Tubarões" (1963 - 1968). Here you can find all about the 60's portuguese rock band "Os Tubaroes" (1963-1968).

06.05.20

INSTRUMENTOS # 4 - SOM


os tubaroes, Viseu

SOM.JPG

A) – Corneta de som utilizada em Feiras e Romarias. Também utilizámos estas cornetas na Termas de S.Pedro do Sul (Verão de 1964). 

B) e D) – Amplificadores GELOSO. Marca Italiana de amplificadores e equipamentos musicais muito conceituada e utilizada em Portugal nos anos 50 e 60.

C)E) – Microfones GELOSO;  F) – Microfone Shure 55; G) - Amplificador de voz SOTRÓNICA;  H) – Microfone AKG muito popular nas bandas dos 60’s; I) – Amplificador e câmara de eco SCHALLER; J) – Microfone SHURE M565;

O nosso primeiro mestre em Som foi o Sr. Carlos Alberto dos Anjos, técnico de óptica muito conhecido e reputado em Viseu, proprietário da óptica Órbita da Rua Vitória. Pois o Sr. Carlos para lá desta sua actividade profissional tinha um hobby relacionado com o Som que o levou a ser, durante muitos anos, o homem que dava som aos eventos da cidade, incluindo a Feira de S. Mateus.

E foi com ele que entrámos no mundo do som. Forneceu-nos as primeiras aparelhagens de som – amplificadores, microfones e colunas – que muitas vezes montava e fazia a manutenção (1963 a 1965). E mais do que isso: Ensinou-nos muito sobre o SOM!

Bem Haja Sr. Carlos !

No início da nossa actividade musical, quando actuávamos, alugávamos equipamentos e até a bateria: os amplificadores GELOSO eram muito populares e estavam sempre disponíveis para tudo, de uma romaria, feira ou baile de salão, o mesmo acontecendo com as cornetas de som, baterias de filarmónicas, etc. 

A partir do 2º semestre de 1965 começámos a construir o nosso parque de equipamentos com duas excelentes lojas do Porto:  A Casa RUVINA para os instrumentos e amplificadores e a SÓTRÓNICA para o Som (colunas, câmaras de eco e amplificadores).

Os nossos primeiros microfones foram da marca  GELOSO  a que se seguiram os  SHURE  com alguns  AKG  à mistura. Quanto a câmaras de eco, ao tempo muito em voga, pouco utilizámos as suas potencialidades uma vez que o JOSÉ MERINO, nosso vocalista, tinha o bom gosto de não gostar de “efeitos” pouco naturais. Detentor de uma voz muito bonita, grave e melodiosa, com excelente amplitude vocal, que era muito bem complementada pela voz do Vitó (Victor Barros) com 2ªs, 3ªs vozes e até falsetes, e por todos os demais membros da banda sempre que necessário, o que nos permitia ter excelentes interpretações de melodias tão bonitas como o  GOODBYE MY LOVE dos SEARCHERS , ou brilhar com os seus adorados BEATLES, interpretar como poucos ANIMALS, sem esquecer Elvis, Amstrong, Ray Charlles ou o britânico Cliff Richard e a importância da rosa francesa de Bécaud. Só assim nos foi possível ter uma playlist tão diversificada com mais de 100 entradas que pode ler-se aqui:  a nossa PLAYLIST.

K Poema Homem Ra.jpg

  … a propósito de som  …

  ... A gravação do EP-60-999 com a Alvorada mereceu grande expectativa nossa pois o  O Poema do Homem Rã  tinha sido composto com o propósito de vir a incluir sons de mar e de mergulhos no seu refrão. Tal gravação ocorreu no 1º fim de semana de Dezembro de 1967, em plenas inundações de Lisboa. Gravámos nos Estúdios da Calçada de Santana, num 2º andar, da parte da manhã o instrumental e à tarde as vozes. Tudo ficou escrito e devidamente assinalado quanto às necessidades de pós-produção que não foram feitas nem tão pouco o disco terá sido revisto pois tem claros erros de montagem como o sincronismo aos 49” do  Lucky day . Agruras de quem vivia no interior e que só constatou tais anomalias quando ouviu o seu trabalho nas casas de discos de Viseu no Carnaval de 1968.

          Agradecimentos: O nosso obrigado a José Cálix Caessa (Viseu) e Álvaro Azevedo (Pop Five Music Inc., Porto).

porepvb 2020 05 06