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Os Tubarões, Viseu, Portugal

Momentos da vida da banda portuguesa de rock "Os Tubarões" (1963 - 1968). Here you can find all about the 60's portuguese rock band "Os Tubaroes" (1963-1968).

22.07.13

A D.URRACA (II)


os tubaroes, Viseu

 

A D. Urraca.

 

A logística das deslocações e do transporte dos equipamentos e amplificadores do conjunto implicava sempre mais do que uma viatura. Ia sempre a viatura do Sr.António Loureiro, algumas viaturas de amigos que nos acompanhavam e se ofereciam para o transporte de um ou outro equipamento, e um carro de aluguer "A" com uma mala grande onde eram transportados os maiores volumes de equipamentos.

Naquele tempo já tínhamos um Roadie. Tratava-se do Nogueira, amigo de infância do Zé Merino, muito bom rapaz, muito divertido, amigo e dedicado e o Fã nº 1 do conjunto. Acacompanhava-nos sempre e era o responsável pela logística do transporte e montagem dos equipamentos e aparelhagens. E ai de quem lhes tocasse! 

 

Por mera questão de oportunidade o Sr. António Loureiro comprou por 20.000$00 (100 €), em 2ª mão, uma carrinha VW, modelo pão de forma, azul, que baptizamos como D. Urraca, o mesmo nome da discoteca do Porto na altura muito na moda. 

Esta aquisição deu-nos uma maior independência nas nossas deslocações musicais e não só e uma segurança elevada para o transporte dos equipamentos.

Levantava-se um problema. Embora alguns de nós tivéssemos a carta de condução ninguém estava interessado em conduzir a D. Urraca quando nos tínhamos de deslocar, principalmente quando o regresso se seguia à actuação. Foi então que se consolidou a presença de um novo elemento do conjunto o Rogério Dourado, um amigo que já nos acompanhava no dia a dia, um fã da VW que treinava na condução do carocha do Pai nas inúmeras escapadelas que fazíamos ao serão ao Caramulo e outras redondezas para muitos e agradáveis serões de folia.

O Rogério Dourado passou a cuidar e a ser o responsável pela D. Urraca.

 

 

A D. Urraca passou a ser mais um excelente elemento do Conjunto responsável pela deslocação confortável dos nossos equipamentos e não só pois também foi muito aproveitada para sessões de autógrafos, lazer, divertimento e descanso. Acompanhou-nos até ao final da nossa carreira musical com algumas remodelações no motor, nas cores e na coreografia.

 

Bons companheiros e Amigos:

- O Nogueira que mais tarde foi até França e que nunca perdia um pé de dança em todas as festas mesmo a troco de uns autógrafos especiais, de quem temos muitas saudades e nenhumas notícias;

 

 

 

- O Rogério que está sempre no nosso coração;

 

 

- A D. Urraca, grande companheira de muitas viagens e inúmeras aventuras como o regresso da Festa na Nazaré ou as peripécias na Avenida da Liberdade, quando repentinamente virámos da R.Alexandre Herculano para o Maquês e o Luis Dutra foi projectaco pela porta lateral e ainda voou uns metros sem cair; a subida da Covilhã para a Serra da Estrela, no Carnavel na Neve de 1968, em que a D.URRACA mesmo ajudada pela GNR gripou o motor, para além dos autógrafos mais exclusivos e outros momentos mais aconchegados que se propiciaram em inúmeras ocasiões.  

 

Saudades !

 

in porViseu'60s.

porep 

12.07.13

4 anos de Saudade, 50 anos de amizade!


os tubaroes, Viseu

José Merino

 

José Alexandre Arriaga Merino (1948-2009)

 

O Zé Merino era o mais criativo de todos nós. Tinha uma voz poderosa que tanto cantava Tom Jones, Eric Burdon, Bécaud ou Bee Gees, nunca faltando os seus idolatrados Beatles de quem absorvia tudo, conhecia todas as músicas, e sabia quase todas as letras. E este pormenor muito contribuiu para a sua evolução enquanto vocalista e também fomentou a sua veia criativa. Tudo o inspirava para a criação de novos temas. O Zé, se tivesse tocado um instrumento, teria sido um criador musical único. Dos sete originais que temos registados esteve presente em 6 e foi o principal autor de 5. E mais não fez por se esquecer das muitas criações que lhe surgiam na cabeça e que mais tarde não conseguia reproduzir junto dos restantes membros do conjunto. Seguramente com um instrumento á mão tais criações não seriam esquecidas. O timbre da sua voz era uma das marcas do nosso conjunto.

(in porViseu’60s)

 

Homem de paixões, de exageros, de deveres e de obrigações, na família, na amizade, no trabalho, na lealdade e até no seu lazer.

Nada tinha meio termo. Nem o mau feitio.

Cresceu e viveu na Quinta da Pinheira, em Santo Estêvão, Viseu, seguramente a sua primeira paixão, e daí lhe ficou o seu amor à terra e à natureza, que sempre o acompanhou durante a vida.

No Liceu de Viseu encontrou-se com a música, a sua segunda paixão, os Beatles e as cantorias, e nos amores encontrou inspiração para as muitas melodias que criou, e cujas letras efectivamente sabia.

A tropa interrompeu o seu curso na Escola Agrícola de Coimbra e levou-o até Angola onde criou novos e bons Amigos, outra paixão que perdurou.

Cedo se assumiu responsável, cumpridor, honesto, trabalhador, intransigente na defesa dos mais fracos, sempre ao lado dos seus, e muito sensível às injustiças.

Autodidacta na Arquitectura revelou um traço único em vários e meticulosos projectos para os Amigos, a que se dedicou.

A quinta era a sua Amante e a ela dedicou todo o seu tempo, talento e tanta energia, que à noite recuperava em boa companhia e sempre com a melhor gastronomia.

 

Leu bastante, escreveu alguma coisa, e nada divulgou. Ficou em projecto.

Nobre no carácter, teimoso, possessivo, fértil e fiel na amizade e no amor.

Zé, Fazes falta.

 

porep

 

 

ABRAÇO. Saudades.

T&Tubarões.