porViseu'60s - AVENIDA TEATRO (1921-1971)
No princípio do Século XX Viseu chegou a ter cinco casas de Espectáculos: Teatro da Rua Escura, Teatro Viriato, Teatro Paraíso, Avenida-Teatro e o Cine-Rossio. Em 1959 já só estavam activos o Avenida-Teatro, o Teatro Viriato e o Cine-Rossio.
O AVENIDA TEATRO
(do livro porViseu60s - Informações em porviseu@sapo.pt )
O Avenida-Teatro foi inaugurado em 1921, dispunha de 2.000 lugares com duas Plateias e Geral, dois andares com Camarotes, jardins exteriores, uma iluminação única com mais de 1.500 lâmpadas. Era considerado o melhor teatro da sua época a par com o S.Carlos. Nos anos 50 passavam no Avenida-Teatro peças de Teatro, números de Revista, os grandes Artistas Nacionais da época acompanhados pela Orquestra do Maestro Mário Costa, os Serões para Trabalhadores da Emissora Nacional e os espectáculos da Volta a Portugal. Mas no final da década já era o cinema que tinha maior destaque nesta imponente casa de espectáculos de Viseu localizada na Avenida Emídio Navarro, sensivelmente no local onde hoje se encontra o restaurante Casablanca. Acabou por fechar as suas portas no início da década de 60, vindo a ser demolido em 1971.
(Fotos Germano: Avenida Teatro 1955, Planta da Sala e Programa de Cinema)
O Filme “A Epopeia do Pacífico” apresentado no Domingo 17 de Novembro de 1957 tinha a seguinte lista de preços:
Camarote de 1ª – 6 entradas: 30$00 (15 cts);
4 entradas: 20$00 (10 cts);
2 entradas: 12$00 (5,9);
Camarote de 2ª – 6 entradas: 20$00 (10 cts);
4 entradas: 15$00 (7,5 cts);
2 entradas: 7$50 (3,7 cts);
1ª Plateia 7$50 (3,7 cts);
2ª Plateia 5$00 (2,5 cts);
Geral numerada 3$00 (1,5 cts);
Geral simples 2$50 (1,2 cts);
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Do Blog porviseu http://porviseu.blogs.sapo.pt/
Teatros de Viseu (1941)
"MUlTO longo vai já o tempo em que, de entusiasmos na alma assistíamos embevecidos com ternura, a um dramalhão complicadíssimo com que o cinema nos presenteava em sessões mudas verdadeiramente quilométricas, só suportáveis em étapes.
Com ritmo cinematográfico o tempo foi passando e, a arte do movimento aperfeiçoada e sonorizada, conquistou os «exércitos de cinéfilos» espalhados pelo mundo.
Todos os cinéfilos de Viseu, tem acompanhado, com manifesto agrado as diversas étapas vencidas pela Empresa dos Teatros e Cinemas da cidade, no que diz respeito não só ao melhoramento dos programas que são levados ao écran como também pelo aumento de sessões, quer em matinées, como em soirées.
Evidentemente que, se o empresário sr. Alberto Rodrigues, assim tem procurado beneficiar o público, é porque este – o de Viseu - bem entendido, tem sabido compreender que, um esforço quando se faz em beneficio de outrem, esse outrem tem, a compreensão de que para si, resultou algo de proveitoso.
0 público de Viseu, habituou-se ao bom cinema e, esse hábito, foi a Empresa Alberto Rodrigues que o trouxe a Viseu, com a exibição de filmes de elevada categoria e recente produção. Daí, já não era possível voltar a atrás, embora essa intenção não existisse mas para se manter um cartaz que ao público interesse, necessário é que, a Empresa, aguente com produções de inferior categoria, que são o rabo dos grandes filmes. Isto é que a maior parte dos cinéfilos ignoram.
0 grande Avenida-Teatro, cuja fachada aqui reproduzimos e o antigo Viriato, são sem dúvida duas grandes casas de espectáculos que reúnem as necessárias condições da sua categoria e, a sua frequência tem sido assás compensadora do esforço dispendido pela Empresa.
De tempos a tempos, a Empresa pretende trazer ao público de Viseu uma ou outra companhia de teatro mas, já porque a arte de representar no palco tem diminuído bastante e muitos já preferem o cinema sonoro, a Empresa, acompanhando a preferência do público dá-lhe aquilo que mais lhe agrada.
Assim, sabemos que, para 1942, tem a Empresa Alberto Rodrigues, a marcação de grande número de produções de cartaz, que sem dúvida Viseu continuará a apreciar com aquela preferência que até agora se tem verificado.
Ao ilustrarmos este Documentário com um pouco de prosa sabre os teatros e cinemas em Viseu, não podemos terminar sem prestar homenagem ao Sr. Alberto Rodrigues e ao Gerente da sua Empresa, Sr. Luiz Liz.
Viseu – Outubro 1941." (in Documentário Gráfico de Viseu – 1942)